Você gosta de ler? Você lê regularmente? Fazemos isso e há um tipo de romance que achamos especialmente evocativo: romances de aprendizagem ou treinamento. Romances em que seus protagonistas estão em plena exploração de si mesmos enquanto caminham para a maturidade.
Você também gosta deles? Não só nos transportam para tempos passados, como também nos fazem parte de um processo de vida Embora seja sempre complexo, adapta-se a diferentes culturas e novas realidades. É por isso que hoje propomos romances de aprendizagem recentes e não tão recentes, daqui e dali, protagonizados e escritos, em sua maioria, por mulheres. Aproveite-os!
Como fazer uma garota - Caitlin Moran
- Tradução de Gemma Rovira
- Anagrama Editorial
- ISBN: 978-84-339-7925-4
Se você é um adolescente com alguns quilos a mais, você se masturba secretamente para não acordar seu irmãozinho, você mora em Wolverhampton, você faz parte de uma família numerosa com uma economia precária, você tem um pai com aspirações nunca realizadas de sucesso na música, que abusa da mamadeira, e uma mãe deprimida, a vida pode ser uma droga. Se ainda por cima você faz papel de bobo na televisão local lendo um poema, provavelmente é hora de tomar uma decisão drástica. Começando com a mudança de nome.
É assim que Johanna Morrigan se torna Dolly Wilde e, sem ter atingido a maioridade, começa a dedicar-se à crítica musical numa revista londrina. E, entre concerto e concerto, a protagonista e narradora deste romance de iniciação narra sem meias palavras o seu empenho em tornar-se um adulto baseado em fumar, beber e parar de se masturbar com aparelhos coloridos para fazer sexo com homens não menos coloridos, incluindo um músico de Brighton com um membro viril desumanamente grande.
Persépolis – Marjane Satrapi
- Tradução de Carlos Mayor Ortega
- Livros de reservatórios
- ISBN: 978-84-17910-14-3
Persépolis nos conta o revolução islâmica iraniana Visto através dos olhos de uma menina que está maravilhada com a profunda mudança que seu país e sua família estão passando, enquanto ela deve aprender a usar o véu. Intensamente pessoal e profundamente político, o relato autobiográfico de Marjane Satrapi examina o que significa crescer em um ambiente de guerra e repressão política.
Juventude – Mori Ogai
- Tradução de Akira Sugiyama e Sally Battan
- Publicação Satori
- ISBN: 978-84-17419-68-4
Um jovem provincial de uma família rica acaba de chegar a Tóquio para cumprir sua sonho de ser escritor. Na mala traz muitas ideias aprendidas nos livros e uma concepção de como deve ser a vida de um artista digno desse nome. Mas todos esses ideais juvenis logo se desvanecem quando entram em contato com a realidade dos meios intelectuais do momento e com as tentações da vida boêmia na cidade grande.
A água do lago nunca é doce – Giulia Caminito
- Tradução de Carlos Gumpert
- Editorial do sexto andar
- ISBN: 978-84-19261-18-2
Roma está cada vez mais cara e sufocante, então o família humilde de Gaia muda-se para a periferia, para uma bela cidade perto do Lago Bracciano, onde não é fácil passar despercebido: todos sabem quem você é e quanto seus pais ganham.
Antônia, a mãe, responsável por quatro filhos e um marido paralítico devido a um acidente na obra, é uma mulher honesta e incansável que ensina Gaia, sua única filha, a confiar em suas próprias habilidades acima de tudo, a não ceder para cima, mantenha sempre a cabeça erguida. Gaia é a mais esperta da família, então ele tem que estudar sem desmaiar, fazer carreira e se tornar alguém. E Gaia aprende a não reclamar, a ler livros, a se defender, a pular no lago sem medo... Mas a violência e a raiva, agachadas como uma cobra, não param de crescer dentro dela. Orgulhosa e teimosa, Gaia lança um olhar muito negro, penetrante, furioso para aquele mundo no qual ela não cabe, pois como acreditar em “um futuro melhor” se você nasceu do lado errado do rio?
Nasci feliz em Oraibi – Bérengère Cournut
- Tradução de Regina López Muñoz
- Natureza da Errata
- ISBN: 978-84-19158-10-9
Nasci feliz em Oraibi conta a história de um juventude indígena do arizona e, por ela, a do povo Hopi: homens e mulheres que há séculos habitam, em condições de extrema pobreza, um planalto árido e aparentemente baldio do qual construíram uma casa que não trocariam por nenhuma outra.
Este é, portanto, um romance de aprendizagem, mas muito diferente do Bildungsroman que você já conhece, de Lazarillo de Tormes a O Apanhador no Campo de Centeio. Há uma jovem, há uma busca e há um mundo, nos antípodas do nosso, que revela sua beleza avassaladora, sua cosmogonia inusitada e crenças extraordinárias que unem a vida à morte, a luz à noite e os espíritos aos animais e humanos. seres.
Leite condensado – Aida González Rossi
- Editora Cavalo de Tróia
- ISBN: 978-84-17417-58-1
Leite condensado é um jogo de Pokémon no game boy. Aída tem doze anos e mora no sul de Tenerife com sua mãe. Aida deve crescer. Ou conter-se para não crescer. Ou manter Moco com ela, sua prima idêntica, seu outro eu. Ou proteja-se dele. Ou proteja Yaiza, sua melhor amiga. Ou enganá-la usando um mensageiro falso. Ou beba até que as coisas deixem de ser o que são. Ou falar e falar sobre as coisas e como elas são. Ou cale a boca.
O leite condensado é sobre o fim da infância, sobre relacionamentos simbióticos e sobre querer ser expansivo e encontrar a contenção do abuso. Também sobre a internet como refúgio, principalmente quando você mora em uma cidade e é queer.
Você já leu algum desses romances de aprendizagem? Três foram publicados recentemente e teremos que esperar até amanhã para podermos ler Leite Condensado.